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Cerveja proteica: será que faz sentido?

Foto do escritor: Sabrina KaelySabrina Kaely


Primeira cerveja do Brasil promete ter 10g de proteína. Mas qual seria o propósito disso? A proteína foi a primeira substância reconhecida como parte estrutural dos tecidos e há mais de um século recebeu a designação do grego: proteína = primeiro lugar + ina, por ser o principal constituinte da matéria viva. Existem bases históricas para seu alto consumo, em tempos antigos acreditava-se que ao comer a carne de certo animal ou guerreiro se incorporaria sua alma, destreza ou coragem. Um exemplo disso é do atleta Milo de Cróton (Século V a.C), ele ficou conhecido por sua grande força e desempenho, teria ingerido, em um dia, 9kg de carne, 9kg de pão e 8,5l de vinho, com intuito de aumentar sua força muscular.



Contudo, mesmo com os avanços da ciência, ainda persiste a crença de que o consumo exagerado de proteínas gera melhores resultados — o que não é verdade, nem mesmo para atletas de força. É importante destacar que a recomendação proteica para atletas é diferente daquela para indivíduos sedentários. Porém, devido a essa influência histórica, muitas pessoas que treinam acreditam que a proteína é o único macronutriente que realmente importa na alimentação. E a indústria alimentícia sabe dessa “preocupação” e é daí que surgem tipos de alimentos, como a cerveja proteica. “Pode beber! Ela é saudável! Afinal, tem proteína.”


Mas que tipo de proteína tem essa cerveja? Nenhuma! As 10g de proteína que está no rótulo vem de um aminoácido, a glutamina (que é o mais abundante em nosso corpo), além disso, as células intestinais usam este aminoácido como fonte de energia, ou seja, a glutamina vai direto para o intestino e ali fica, não vai para o músculo. Além do mais o álcool inibe a síntese proteica. Então qual seria a finalidade dessa bebida? A indústria de alimentos nos cerca com muitas armadilhas a respeito de alimentos saudáveis, mas a verdade é que cerveja que contém álcool são todas iguais, e não existe uma dose segura destas bebidas, mesmo se ela tiver proteína.


Referência


TIRAPEGUI, J. Nutrição, metabolismo e suplementação na atividade física. 2° ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2012.


Como referenciar este post?

MACHIAVELLI, Sabrina Kaely Vital. Cerveja proteica: será que faz sentido?. Post 725. Nutrição Atenta. 2025.

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